quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O que, realmente, mudou?


O que, realmente, mudou?
Nos últimos dias, eu tenho conversado muito com alguns empresários acerca do mercado, perda de faturamento, diminuição da rentabilidade e falta de comprometimento dos funcionários. Ouço, invariavelmente, a mesma frase: “Os preços dos insumos aumentaram, os impostos estão cada vez mais onerosos e o custo da mão-de-obra insuportável. Tudo aumentou, mas não consigo aumentar o meu preço. Só tenho reclamações e prejuízos. Estou à beira de um colapso”. Então, eu decidi escrever esse artigo para refletirmos sobre o momento difícil que muitos estão passando.

Eu não posso negar que está cada vez mais difícil em nosso país manter clientes, fechar negócios com eles, atendê-los bem, vender mais e obter lucros significativos para investir no crescimento da empresa. As cargas tributária e trabalhista são homéricas e desumanas, embora, não sejam mais desumanas do que os salários pagos aos funcionários. Eles também estão enfrentando sérias dificuldades para sobreviver. Mas, tenho uma pergunta a fazer: essa crise atual é maior do que a do dia em que você abriu sua empresa? Seus problemas atuais são maiores do que aqueles que você tinha, quando estava começando ou desempregado? O que mudou?

Tenho certeza de que, hoje, você tem mais clientes do que antes, quando abriu sua empresa. Naquela época, o telefone não tocava e você ficava ansioso esperando uma oportunidade de atender seus primeiros clientes. Você lembra muito bem quem foi seu primeiro cliente, não lembra? E aquele que mais comprou no primeiro ano? Agora, responda-me: qual foi o último cliente que ligou para você? O que você fez, recentemente, para seus maiores clientes, além de mandar a fatura todo mês? Você não sabe ou não fez nada porque se distanciou de seus clientes. Posso até apostar que você manda dizer que não está quando eles ligam. Hoje, todo cliente é um número e quem lhe atende é uma máquina, cuja gravação poderia ser: “Tecle 1 para não encher meu saco, 2 para desaparecer da minha frente, 3 para desistir...”. Mas, afinal, quantas vezes seu cliente terá que ligar e reclamar para ser bem atendido ou falar com você?

No passado, ninguém sabia que você existia, a maioria tinha desconfiança do seu produto e não conhecia seu serviço. Hoje, sua marca figura entre as principais do mercado. Você possui uma lista de clientes, que podem dar alguma referência sobre a sua empresa. Seu outdoor está nas principais ruas, sua propaganda está nas tvs e jornais, sua sede particular é bem melhor do que aquela casinha que você alugou, quando começou. Mas, qual é a qualidade do atendimento que seus clientes encontram na sua empresa? Talvez você esteja destinando mais dinheiro com coisas secundárias, reformando prédios, trocando viaturas, mudando uniformes e contratando arquitetos renomados quando deveria investir em algo mais importante: treinamentos de vendas e atendimento.

Suas dívidas aumentaram? Entendo. Mas, sei também que você ficou atolado em dívidas para montar sua empresa. Só Deus sabe o esforço que você fez para comprar o estoque ou os insumos, a fim de começar seu negócio. Mas, nem por isso você desistiu. Você conhecia o produto e serviço tão bem quanto hoje? Você tinha profissionais melhores do que tem agora? Não. Qual era expectativa que você tinha quando começou? Muito menos do que tem hoje, acredito. Apesar de tudo, prosseguiu. Enfim, você enfrentou todas as dificuldades adotando uma atitude positiva e empreendedora. Você acreditou mais em você e deu menos ouvido ao mercado, governo ou imprensa. Você não ficou sentado esperando o governo mudar alguma coisa por você. Simplesmente, foi lá e fez o melhor com o que tinha.

Talvez agora, refletindo comigo, você descubra que algo mudou para você se encontrar, exatamente, onde você está hoje. Esqueça a economia, o governo, os partidos políticos, os problemas do mercado, concorrência ou altos impostos. Eles já existiam antes mesmo de Jesus Cristo nascer. Todos seus problemas sempre foram A.C. (Antes de Cristo). O real problema é que algo mudou dentro de você. Sua paixão pelo trabalho, atitude positiva e entusiasmo pelo que faz estão diminuindo. Em latim, entusiasmo significa a excitação da alma, ter Deus dentro de si mesmo. Você precisa de mais energia para vencer os problemas inerentes ao seu negócio. Justamente, a mesma energia que você precisou para começá-lo quando ninguém acreditava em você. Hoje, quem mais precisa acreditar em você e na sua empresa é você mesmo.

Você deseja que seus funcionários percam, assim como você, a paixão e o entusiasmo pelo que fazem? Você quer ver seus clientes perdendo a paixão e entusiasmo pela sua empresa, produtos e serviços? Claro que NÃO! Então, trate de resgatar aquele mesmo amor e entusiasmo que você tinha quando começou, a fim de continuar inovando, empreendendo, sugerindo novas idéias e surpreendendo seus clientes. O futuro da sua empresa depende disso. Vamos! Reacenda essa fogueira que se chama paixão e essa luz que se chama entusiasmo. A resposta está no amor que você, realmente, dedica ao negócio, mercado, funcionários e clientes. Ele está ai em algum lugar. Ache-o!

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